Você está diante de um paciente com pielonefrite com uma das indicações formais abaixo de realizar exame de imagem para avaliação de complicações. E aí, qual exame pedir? Pedir USG pra economizar dinheiro do plano/hospital? Pedir TC sem contraste pra poupar a função renal?
Indicações de imagem na ITU:
Existe um documento muito citado na literatura com essas recomendação de quais exames pedir.1 Esse documento é bem extenso e lista, exame por exame, o benefício e a situação que melhor se aplica. Resumindo…
Pedir TC de ABD + Pelve C/C para procurar principalemnte enfisema, abscesso e obstrução. Li alguns artigos sobre as alterações compatíveis com pielonefrite e juntei na lista abaixo. Um dos artigos é bem antigo, de 1997, mas muito didático2.
O contraste amplia a sensibilidade pra ABSCESSOS, alterações no PARÊNQUIMA, e achados extrarrenais – tanto na busca de diagnósticos diferenciais (colelitíase, diverticulite…) como para avaliar complicações à distância.
A TC sem contraste consegue ver bem a hidronefrose e vai ser um pouco mais sensível para cálculos pequenos, em comparação à contrastada, mas com perda da performance acima para ver as demais complicações.
Sempre incluir pelve na solicitação, para avaliação completa da bexiga e ureteres.
Logo, vamos pedir uma TC COM CONTRASTE DE ABDOME TOTAL E PELVE. A TC sem contraste tem performance pior e o USG tem ainda pior performance (pode detectar litíase e hidronefrose, mas muito ruim pra detectar abscessos). Nas gestantes, preferimos o USG doppler VVUU, com um pouco de ganho de performance em relação ao USG sem doppler.
Expert Panel on Urological Imaging, Smith AD, Nikolaidis P, et al. ACR appropriateness criteria® acute pyelonephritis: 2022 update. J Am Coll Radiol. 2022;19(11S):S224-S239. doi:10.1016/j.jacr.2022.09.017 ↩
Kawashima A, Sandler CM, Goldman SM, Raval BK, Fishman EK. CT of renal inflammatory disease. Radiographics. 1997;17(4):851-868. doi:10.1148/radiographics.17.4.9225387 ↩